VETERANO DA FEB - Cel MARTINELLI


Passagens Selecionadas dos anos 60 e 00

 

 1) Laying the Ground Rules - TIME, Friday, Jul. 02, 1965 

Brazil's President Humberto Castello Branco has scheduled gubernatorial elections for October of this year and a presidential election for October 1966.
Tight little group of army officers who call themselves the linha dura (the hard line), one of their leaders, Colonel Osnelli Martinelli, 43, found himself slapped into a military prison for insubordination. 

 

2) UM CORONEL DOS DUROS, OSNELLI MARTINELLI - Diário de Notícias, Salvador, 24 mar 1968 

Linha-dura é um estado de espírito.  É a linha correta e coerente de conduta. Nela se resume um antagonismo medular a corrupção e a subversão. Não gostamos de ladrões nem de subversivos. Esse estado de espírito é o mais valido, consciente e patriótico sentimento nacionalista. E onde nacionalismo autêntico é crime?

 

3)  Coisas da Política :: Mauro Santayana - JB 30 ago 2007

 O heroísmo esquecido 

O presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB, Osnelli Martinelli, está, mediante a Internet, fazendo um apelo: sua entidade agoniza por falta de recursos e necessita de ajuda. Ela perece, na medida em que se findam os seus membros, todos octogenários e nonagenários.  
A entidade mantém pequeno museu e conserva viva a camaradagem entre seus associados, sobreviventes da grande gesta dos soldados brasileiros na Itália.

 

4) Mensagem à lista de e-mail em 8 set 2007 

Lembro-me bem de que, antes de 64, procurei o meu velho amigo Vernon Walters, adido à Embaixada dos EUA (então no Rio de Janeiro) para saber, francamente, em que poderiam ajudar-nos para a contra-revolução pela qual estávamos trabalhando.  
Resposta dele, em seu perfeito vernáculo: "somente com nossas preces, pois temos ordem de não interferir". perguntado o que fariam se os comunistas ganhassem, disse: "aí, sim, pois não vamos permitir que um país da importância do Brasil inicie a comunização da América do Sul". e Cuba ? "Cuba é pinto; não pode ser comparada com o Brasil !".  
Era, então, um mero tenente-coronel professor do Colégio Militar do Rio de Janeiro.  

Saúde e paz  (*) 

(*) – saudação com que sempre encerrava suas mensagens 

 

5) Revista de História da Biblioteca Nacional - Lorenzo Aldé, 01 nov 2007 

Do ‘front’ para o esquecimento - Ex-pracinhas da FEB lutam para manter viva a memória da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial,  “Conspira contra sua própria grandeza o povo que não cultiva os seus feitos heróicos”. Com este recado são recebidos os visitantes do museu dos ex-combatentes da FEB, a Força Expedicionária Brasileira, que enviou 24 mil homens para a Segunda Guerra Mundial (1939-1944). 
Em setembro, seu presidente, coronel Osnelli Martinelli, 85 anos, fez circular na Internet uma carta aberta em que expõe a situação e anuncia que, pela primeira vez, a Associação abre vagas para “sócios especiais”.  
Os novos sócios não precisam ter vínculo com a FEB ou o Exército. Com uma contribuição trimestral de 60 reais, ganham acesso à biblioteca, ao museu e a todas as atividades promovidas pela Associação. Mais de 80 pessoas já se tornaram sócios especiais. O contato pode ser feito pelo telefone (21) 2532-1933 ou pelo e-mail anvfeb@uol.com.br

 

 

 


 

 

 

 

 

 

  Coronel Osnelli Leite Martinelli

Veterano da FEB

05 abr 1922 - 10 jan 2008

Israel Blajberg (*)

 

Deixou-nos o Soldado, o Professor, o Presidente dos Veteranos da FEB, porém mais que tudo o companheiro, o amigo leal e dedicado. 

Natural de Corumbá – MS, era da Turma Tuiuti da Escola Militar do Realengo, onde cursou de 1941 a 1943, sendo declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em jan/1944 (44-A)  

Foi a turma que mais tenentes emprestou a FEB – de um total de 371 integrantes, 126 participaram da Campanha da Itália, dos quais 65 receberam a Cruz de Combate, sendo 23 de 1ª. Classe. 

Na tradicional Casa da FEB na Rua das Marrecas comparecia cotidianamente com muita dedicação para o trabalho em prol dos Veteranos, trazendo orientação segura e palavras amigas, sempre com o pensamento voltado para os colegas necessitados, e para a preservação do patrimônio da Associação, conseguido através de muita luta e sacrifícios.

Ainda na tarde alegre de domingo 21 de outubro de 2007, confraternizou com amigos em almoço festivo na Gávea, Rio de Janeiro, em clima ensolarado no local cercado da mata verde.

Em horas de agradável convívio rememorou passagens da sua vida, desde o jovem aluno do Colégio Militar e Colégio Naval, o Realengo, a Campanha na Itália.  

O retorno, sua atuação no período que antecedeu 1964, o Magistério no Colégio Militar, como Professor Adjunto Catedrático de Geografia, o episódio em que uma multidão de colegas o recebeu a saída do Forte Copacabana, naquele período difícil para o Brasil.  

A Câmara dos Deputados em Brasília (ARENA-GB, 1971–1975), e tantas outras lembranças que prendiam a atenção dos presentes, entre os quais oficiais que haviam sido seus alunos na Casa de Thomaz Coelho, inclusive elevados ao mais alto posto da Força, portando as 4 estrelas inerentes ao cargo, integrando o Alto Comando. 

Mal sabiam os convidados, mas por desígnios do Altíssimo era uma das ultimas vezes que o teríamos conosco.

Logo no mês seguinte embarcou para Curitiba, à frente da Delegação dos Veteranos do Rio de Janeiro. As longas horas de viagem de ônibus não lhe seriam recomendáveis, mas a noção do dever falou mais forte - o Presidente não poderia deixar de acompanhar seus Veteranos, para o encontro anual de 7 a 10 de novembro, com as memoráveis solenidades evocativas de nossos heróis, visitas as unidades e museus, momentos de confraternização, relatos, conversas, tudo em prol da preservação da memória da FEB. Afinal essa era a razão da sua existência, os ideais pelos quais pugnava. 

O esforço cobrou um tributo pesado a sua saúde, preocupando a todos. Não por acaso o almoço de fim de ano careceu do brilho e afluência de outras épocas, estando o Presidente hospitalizado.  

Por breve período após as festas retornou ao lar, passando novamente a enviar as costumeiras mensagens pela Internet, onde demonstrava mais uma vez um elevado espírito de luta pela causa comum. 

Mas estava combalido, precisando retornar ao hospital para tristeza de todos. Agora, na capela lotada seus inúmeros companheiros comparecem para o ultimo adeus, compartilhando a imensa dor dos familiares. Amigos de infância, colegas de turma, FEBianos, colegas do Magistério Militar, ex-alunos, Autoridades. 

O Pr. Daniel, Capelão da 9ª. Bda Inf Mtz pronuncia palavras de conforto, dirigindo uma ultima despedida diante do esquife semi-recoberto por flores brancas e pela bandeira da ANVFEB sobre a qual foi colocada a sua boina azul de Veterano com o brasão da FEB. 

O uniforme camuflado do Pastor traz a mente que acaba de nos deixar um  herói, integrante do mesmo Regimento Sampaio hoje o 1º. B Inf Mtz (Es), orgânico da 9ª. Bda (GUEs). 

Num dia de 1944, partiu para o desconhecido em defesa da democracia e da liberdade, retornando com a FEB coberta de glórias. 

Custa a crer que tenha nos deixado, mas o fez com a sensação de missão cumprida, como atestam as muitas medalhas merecidamente conquistadas  que repousam sobre o seu peito. 

O cortejo inicia a caminhada para o Mausoléu da FEB, no Cemitério São João Baptista no Rio de Janeiro, com os antigos pracinhas o acompanhando na derradeira jornada, seus camaradas de armas da Campanha da Itália.

O caixão é colocado em um nicho no interior do Mausoléu. 

O Toque de Silêncio pelo corneteiro do Regimento Sampaio inspira lembrança dos feitos heróicos de bravos soldados que ali repousam, seguindo-se a Canção do Expedicionário recitada com emoção pelo Veterano Tenente José Candido da Silva (Candinho), cujo estribilho é entoado pelos presentes, em uma tocante homenagem. 

Lançando pétalas sobre o esquife, deixamos a nossa despedida singela. Divisando ao longe o Cristo Redentor no Corcovado, consolamo-nos pois Ele eternamente enviará suas benção aos combatentes que descansam no Mausoléu. 

Sua falta será sentida não só pela família, mas tanto nas serestas e reuniões de velhos amigos do Tijuca e América, quanto na sala da Presidência para as reuniões e debates e nos almoços do Clube Militar onde reunia colegas do Magistério e de Turma. 

O Homem se foi, mas o exemplo frutificará, do trabalho ingente, da dedicação aos ideais, da preservação e divulgação da memória da FEB, apoio aos  pracinhas menos favorecidos, trabalho voluntário, anônimo e humilde. A melhor homenagem que lhe poderemos prestar será manter desfraldada a bandeira a qual dedicou toda a sua rica existência. 

Que a sua alma faça parte da corrente da vida eterna. 

(*) iblaj@hotmail.com

 

     
Cel. Martinelli à frente do Grupamento dos Ex-Combatentes prepara-se para abrir o Desfile Militar,
acompanhado da Major ELZA Cansanção Medeiros e Ten. Dr. Israel Rosenthal

 

 

   

   
Na Tribuna de Honra, Cel. Martinelli
cumprimenta as Autoridades
(Alm. Esq. MONTEIRO, Cmt Geral
do Corpo de Fuzileiros Navais,
e General Ex Paulo César de
CASTRO, Chefe do DEP)

 

De: "iblaj" <iblaj@hotmail.com>
Data: Sun, 13 Jan 2008 03:10:29 -0200
Assunto: Cel MARTINELLI (1922-2008)
Cel MARTINELLI (1922-2008), falecido durante o mandato de Presidente da ANVFEB.
Israel Blajberg


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