VETERANO DA FEB - Cel MARTINELLI
Passagens Selecionadas dos anos 60 e 00
1) Laying the Ground Rules - TIME, Friday, Jul. 02, 1965
2) UM CORONEL DOS DUROS, OSNELLI MARTINELLI - Diário de Notícias, Salvador, 24 mar 1968
Linha-dura é um estado de espírito. É a linha correta e coerente de conduta. Nela se resume um antagonismo medular a corrupção e a subversão. Não gostamos de ladrões nem de subversivos. Esse estado de espírito é o mais valido, consciente e patriótico sentimento nacionalista. E onde nacionalismo autêntico é crime?
3) Coisas da Política :: Mauro Santayana - JB 30 ago 2007
O heroísmo esquecido
4) Mensagem à lista de e-mail em 8 set 2007
Saúde e paz (*)
(*) – saudação com que sempre encerrava suas mensagens
5) Revista de História da Biblioteca Nacional - Lorenzo Aldé, 01 nov 2007
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† Coronel Osnelli Leite Martinelli
Veterano da FEB
05 abr 1922 - 10 jan 2008
Israel Blajberg (*)
Deixou-nos o Soldado, o Professor, o Presidente dos Veteranos da FEB, porém mais que tudo o companheiro, o amigo leal e dedicado.
Natural de Corumbá – MS, era da Turma Tuiuti da Escola Militar do Realengo, onde cursou de 1941 a 1943, sendo declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em jan/1944 (44-A)
Foi a turma que mais tenentes emprestou a FEB – de um total de 371 integrantes, 126 participaram da Campanha da Itália, dos quais 65 receberam a Cruz de Combate, sendo 23 de 1ª. Classe.
Na tradicional Casa da FEB na Rua das Marrecas comparecia cotidianamente com muita dedicação para o trabalho em prol dos Veteranos, trazendo orientação segura e palavras amigas, sempre com o pensamento voltado para os colegas necessitados, e para a preservação do patrimônio da Associação, conseguido através de muita luta e sacrifícios.
Ainda na tarde alegre de domingo 21 de outubro de 2007, confraternizou com amigos em almoço festivo na Gávea, Rio de Janeiro, em clima ensolarado no local cercado da mata verde.
Em horas de agradável convívio rememorou passagens da sua vida, desde o jovem aluno do Colégio Militar e Colégio Naval, o Realengo, a Campanha na Itália.
O retorno, sua atuação no período que antecedeu 1964, o Magistério no Colégio Militar, como Professor Adjunto Catedrático de Geografia, o episódio em que uma multidão de colegas o recebeu a saída do Forte Copacabana, naquele período difícil para o Brasil.
A Câmara dos Deputados em Brasília (ARENA-GB, 1971–1975), e tantas outras lembranças que prendiam a atenção dos presentes, entre os quais oficiais que haviam sido seus alunos na Casa de Thomaz Coelho, inclusive elevados ao mais alto posto da Força, portando as 4 estrelas inerentes ao cargo, integrando o Alto Comando.
Mal sabiam os convidados, mas por desígnios do Altíssimo era uma das ultimas vezes que o teríamos conosco.
Logo no mês seguinte embarcou para Curitiba, à frente da Delegação dos Veteranos do Rio de Janeiro. As longas horas de viagem de ônibus não lhe seriam recomendáveis, mas a noção do dever falou mais forte - o Presidente não poderia deixar de acompanhar seus Veteranos, para o encontro anual de 7 a 10 de novembro, com as memoráveis solenidades evocativas de nossos heróis, visitas as unidades e museus, momentos de confraternização, relatos, conversas, tudo em prol da preservação da memória da FEB. Afinal essa era a razão da sua existência, os ideais pelos quais pugnava.
O esforço cobrou um tributo pesado a sua saúde, preocupando a todos. Não por acaso o almoço de fim de ano careceu do brilho e afluência de outras épocas, estando o Presidente hospitalizado.
Por breve período após as festas retornou ao lar, passando novamente a enviar as costumeiras mensagens pela Internet, onde demonstrava mais uma vez um elevado espírito de luta pela causa comum.
Mas estava combalido, precisando retornar ao hospital para tristeza de todos. Agora, na capela lotada seus inúmeros companheiros comparecem para o ultimo adeus, compartilhando a imensa dor dos familiares. Amigos de infância, colegas de turma, FEBianos, colegas do Magistério Militar, ex-alunos, Autoridades.
O Pr. Daniel, Capelão da 9ª. Bda Inf Mtz pronuncia palavras de conforto, dirigindo uma ultima despedida diante do esquife semi-recoberto por flores brancas e pela bandeira da ANVFEB sobre a qual foi colocada a sua boina azul de Veterano com o brasão da FEB.
O uniforme camuflado do Pastor traz a mente que acaba de nos deixar um herói, integrante do mesmo Regimento Sampaio hoje o 1º. B Inf Mtz (Es), orgânico da 9ª. Bda (GUEs).
Num dia de 1944, partiu para o desconhecido em defesa da democracia e da liberdade, retornando com a FEB coberta de glórias.
Custa a crer que tenha nos deixado, mas o fez com a sensação de missão cumprida, como atestam as muitas medalhas merecidamente conquistadas que repousam sobre o seu peito.
O cortejo inicia a caminhada para o Mausoléu da FEB, no Cemitério São João Baptista no Rio de Janeiro, com os antigos pracinhas o acompanhando na derradeira jornada, seus camaradas de armas da Campanha da Itália.
O caixão é colocado em um nicho no interior do Mausoléu.
O Toque de Silêncio pelo corneteiro do Regimento Sampaio inspira lembrança dos feitos heróicos de bravos soldados que ali repousam, seguindo-se a Canção do Expedicionário recitada com emoção pelo Veterano Tenente José Candido da Silva (Candinho), cujo estribilho é entoado pelos presentes, em uma tocante homenagem.
Lançando pétalas sobre o esquife, deixamos a nossa despedida singela. Divisando ao longe o Cristo Redentor no Corcovado, consolamo-nos pois Ele eternamente enviará suas benção aos combatentes que descansam no Mausoléu.
Sua falta será sentida não só pela família, mas tanto nas serestas e reuniões de velhos amigos do Tijuca e América, quanto na sala da Presidência para as reuniões e debates e nos almoços do Clube Militar onde reunia colegas do Magistério e de Turma.
O Homem se foi, mas o exemplo frutificará, do trabalho ingente, da dedicação aos ideais, da preservação e divulgação da memória da FEB, apoio aos pracinhas menos favorecidos, trabalho voluntário, anônimo e humilde. A melhor homenagem que lhe poderemos prestar será manter desfraldada a bandeira a qual dedicou toda a sua rica existência.
Que a sua alma faça parte da corrente da vida eterna.
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De: "iblaj" <iblaj@hotmail.com>
Data: Sun, 13 Jan 2008 03:10:29 -0200
Assunto: Cel MARTINELLI (1922-2008)
Cel MARTINELLI (1922-2008), falecido durante o mandato de Presidente da ANVFEB.
Israel Blajberg